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quarta-feira, 6 de março de 2013

Matéria Jornal do Sol Com Tia Lícia


Creudelícia Gomes da Silva - Lícia


Esse é o retrato de Creudelícia Gomes da Silva, ou simplesmente Lícia, uma gaúcha de fibra, que participa e desenvolve diversos projetos sociais na cidade. Só para se ter uma ideia, principalmente para as pessoas que ainda não a conhecem, Lícia Gomes fundou o Projeto Arco-Íris no bairro Ubaldinão, onde crianças e adultos podem desenvolver atividades, como patch work, artesanatos, esportes e aprender instrumentos musicais. Junto com a Sociedade São Vicente de Paula, Lícia teve e tem um papel imprescindível na Creche Casa do Amor, também no Ubaldinão. Atuante no grupo da “Melhor Idade” do centro da cidade, Lícia ainda é voluntária nos projetos “Arte é Vida” (Baianão) e “Pedacinho do Céu em Cores” (Campinho) e tem participações em diversos outros como, por exemplo, no “Bem Querer a Vida” (Vila Vitória).
Achou pouco? Pois ainda é. Esse resumo bibliográfico de Lícia Gomes é restrito aos seus seis anos em que está aqui. Na bagagem que trouxe do Rio Grande Sul, ela carrega muito mais conquistas e a coragem de mudar nossa realidade.
De sua chegada a terra mater e a morte de seu marido até hoje, essa gaúcha dedica em tempo integral para o trabalho social. Então, com vocês Lícia Gomes.


Como Porto Seguro apareceu em sua vida? 
Eu tinha vindo a passeio junto com meu marido em 2001. Quando ele ficou adoentado, com problemas cardíacos, o médico sugeriu que procurasse uma terra quente. Em 2004, meu marido me pediu que viéssemos para Porto Seguro. A partir de então, passamos todos os nossos negócios para nosso único filho no Rio Grande do Sul e buscamos em Porto Seguro, uma melhor qualidade de vida para nós.

O que você encontrou aqui? 
Nós que já trabalhávamos em projetos sociais, conseguimos enxergar melhor a realidade de algumas pessoas. Além de tudo que é lindo na cidade, percebemos muitas pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, principalmente na Praça das Pitangueiras. Meu marido e eu decidimos ajudar, fazíamos macarronada e sucos e levamos para essas pessoas. Muitos eram indigentes e meu marido não tinha força suficiente, devido a seu estado de saúde, de carregar mais que dois litros de suco. Conversávamos com essas pessoas, tentando incentivá-las a sair dessa situação.

Quando seu marido morreu, você chegou a pensar em voltar para sua terra natal? 
Nós chegamos em 2004 e em fevereiro de 2005 meu marido morreu. Nunca pensei em ir embora, nem por um instante e nem naquele momento. Acredito que não vim parar aqui por acaso, mas por alguma coisa eu deveria estar aqui.

Quando foi que surgiu a oportunidade de trabalhar em projetos sociais da cidade? 
Conheci três irmãs (freiras), Ana Helena, Carlinda (que já mora mais aqui) e Cecília, que me convidaram a participar de um projeto no Vila Vitória, o “Nossa Casa -Bem Querer a Vida”, existente até hoje. As irmãs também tentaram emplacar o projeto no Ubaldinão, mas não conseguiram e se restringiram a Vila Vitória. Eu não queria que o projeto acabasse no Ubaldinão e comecei a ensinar nas calçadas do bairro, patch work as crianças e adultos do bairro. A Pastoral da Criança, que desenvolve trabalho com as crianças subnutridas naquela região, concedeu uma casa alugada para realizar essas aulas.

Como era a realidade dessas crianças? 
Cada dia que passava com essas crianças, percebia a realidade que a Pastoral estava enfrentando. Começou com 14 delas subnutridas e depois foi aumentando consideravelmente para 17, 24, e assim por diante. Não podia deixar aquilo continuar. Sou vicentina e procurei a Associação, conversei com pessoas como Adelmo Ribeiro, Antônio (Farmácia Tropical), entre outros 18 vicentinos e fundamos a Creche Casa do Amor. A prefeitura doou o terreno e a comunidade construiu. A obra é assinada pelo arquiteto Leonardo Resende.

Como foi erguer e consolidar a Associação Comunitária Arco-Íris? 
A ideia do projeto foi dar oportunidade as crianças acima de 7 anos e o restante da população de aprender outras profissões, assim como arrecadação de renda dos produtos que fazem e vendem. Qualquer pessoa pode participar, não tem idade. As crianças e adolescentes tem que estar matriculados e ter freqüência nas aulas para participarem do projeto. Eles frequentam o projeto no turno oposto ao do horário escolar. Conseguimos a sede e erguemos a Arco-Íris.

Como foi a escolha do nome do projeto? 
A escolha foi das próprias crianças. Depois fui procurar na Bíblia, o que seria um Arco-Íris e encontrei a explicação da qual eu acredito. Numa passagem, sobre o deserto do Oriente e sob o sol forte de lá, quando chovia para alegria geral do povo daquele lugar, formava-se um arco-íris que é explicado por eles como uma aliança de Deus com a Terra. E é esse o meu conceito.

Em relação aos projetos sociais, hoje, qual é a sua maior preocupação? 
Agora começou a vigorar uma lei federal, onde responsabiliza o Poder Público de ter todos os alunos matriculados na rede de ensino público a partir dos quatro anos. Ou seja, dessa forma as creches não podem mais exercer esse trabalho. A Creche Casa do Amor cuida de muitas crianças de 2 a 6 anos, mas agora não poderá mais fazer isso com crianças até 3 anos. Eu não sei se administrações públicas terão suporte suficiente de executar a lei, principalmente em bairros afastados como Ubaldinão. Realmente não sei.


Jogo rápido

Livro: qualquer um que seja desses autores Augusto Cury, Zélia Gattai e Ágatha Christie.
Filme: os mais românticos, drama ou aqueles que têm jurados e aonde a justiça se faz. 
Em Porto Seguro gosto de ir em...: praia do Mundaí e do Mutá
Em Porto Seguro não gosto de...: do serviço dos Correios.
Secretaria Municipal de Assistência Social: precisam visitar e conhecer mais os projetos da cidade. Ainda são omissos e não valorizam as ações sociais desenvolvidas, principalmente, nos bairros.
Projeto Social da Cidade: As mulheres do CLIPS desenvolvem um importante trabalho em Porto Seguro, dando sustentação e colaborando assiduamente com os outros projetos da cidade.
Felicidade: ver uma criança do projeto ensinando a outra.
Tristeza: perceber que uma das crianças do projeto está se desvirtuando do caminho.
Algum remorso? Não.
Sonho: Que o Vila Jardim seja o melhor bairro de Porto Seguro.

http://www.jornaldosol.com.br/?/fotos_memoria/1442

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